A matéria “Pesquisas acadêmicas têm continuidade
durante greve das universidades federais”, publicada pela Agência Brasil no dia
02 de agosto, trouxe a notícia de que a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior) enviou um comunicado aos programas de pós-graduação,
informando que não prolongará o calendário de prazos para as pesquisas, em
função dos calendários acadêmicos terem sofrido alterações por consequência da
greve em curso nas universidades federais. Na mesma matéria, há uma declaração
do presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico) dizendo que não há motivo para alteração de prazos, visto que o
contrato do CNPq é com indivíduos e não com instituições.
A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG)
considera que tal posição das agências de fomento não reflete a realidade vivida
nos campi das universidades federais brasileiras. Nos últimos meses, as
universidades e centros de pesquisa de todo o Brasil entraram em uma greve
nacional que paralisou atividades acadêmicas e científicas e que contou com
adesão em cerca de 80% das instituições. Entendemos que se trata de uma
mobilização legítima. Aliás, é justo e necessário que a sociedade brasileira se
mobilize e pressione por mais verbas para educação, para ciência e tecnologia e
pela qualidade da educação pública brasileira. Ao mesmo tempo, essa greve não
pode ter por consequência prejuízos àqueles que de forma justa buscam mais
recursos e pleiteiam direitos para os produtores de conhecimento e por melhores
condições de trabalho e estudo.
Considerando que a mobilização de greve é
diferente em cada universidade; considerando que o desenvolvimento de muitas
pesquisas depende de acesso a laboratórios, bibliotecas, equipamentos,
documentos e outros instrumentos cujo acesso pode estar inviabilizado em
determinadas universidades, por conta da situação de greve, considerando que a
greve nacional dos técnicos administrativos influencia reforça a necessidade do
prolongamento dos prazos e considerando que há, sim, estudantes de graduação e
pós-graduação, técnicos administrativos e professores em greve, os quais devem
ter seu direito de greve respeitados, reforçamos a solicitação formalmente
encaminhada para a Capes e para o CNPq de que sejam considerados os pedidos de
extensão de prazo, caso a caso, a fim de garantir o bom andamento da pesquisa de
cada pós-graduando e pós-graduanda, ao mesmo tempo em que se garante o
democrático direito à greve.
A ANPG solicita uma rápida resposta da CAPES e do
CNPq em relação às solicitações já encaminhadas por ofício no dia 21 de junho,
ora reforçada por meio desta nota pública. A ANPG se coloca ao lado da luta dos
estudantes de pós-graduação que em diversas universidades do país estão
mobilizados em defesa de melhores condições de estudo e pesquisa, em defesa de
assistência estudantil para os pós-graduandos, em defesa de mais e melhores
bolsas. A ANPG reafirma seu apoio a luta dos professores e técnicos
administrativos que lutam por melhores condições de trabalho.
Por fim, informamos que a ANPG realizará uma
caravana nos dias 28 e 29 de agosto cuja pauta é a garantia de mais recursos
para educação, ciência, tecnologia e inovação; garantia de uma política
permanente de reajuste das bolsas de pesquisa e reajuste de 40%, já. Seguimos em
defesa da valorização da pesquisa e dos pesquisadores no Brasil
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Compartilhando Cultura, formação humana, e cotidiano. 🌼🍀🌻Quero dividir o que aprendo. Transbordar! Elaine Cristina Rodrigues de Souza
quinta-feira
Nota da ANPG em defesa da greve e da prorrogação dos prazos de pesquisa
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