segunda-feira

Arte e criticidade – Aulas de reposição

Os alunos das turmas 804 e 705 do CIEP (Centro Integrado de educação pública Cândido Ribeiro Neto) vivenciaram sábados diferentes no último mês de agosto e em setembro. Estamos falando das aulas de reposição de greve ministradas pela professora de artes Elaine Pernambuco como compromisso de reposição de carga horário e conteúdo.

A princípio os alunos resistiram e questionaram a necessidade de comparecer à escola em um dia em que costumavam realizar outras atividades.
Diante dessa demanda de esclarecimento um debate foi estabelecido antes das aulas acontecerem e através do argumento de que as não são castigos, mas direito dos alunos enquanto cidadãos estes compareceram.
Para contextualizar o momento vivenciado tendo em vista o contexto político de reposição de greve e o advento do folclore que bebe na cultura popular marcada por resistência e luta, a professora apresentou para os alunos os conteúdos do folclore da cultura popular legitimados pelo último congresso brasileiro de folclore. Como foram realizados jogos corporais, apresentação de vídeos e slides ressaltando a origem e manifestações folclóricas e populares.  
A luta do negro, do indígena e das demais comunidades foi estudada organicamente e não apenas vista como “coisas passadas”. Assim, os alunos puderam verificar que o jongo, o maracatu, alguns ditados populares, o frevo entre outras formas de expressão do povo continuam a existirem como forma de não deixar morrer a cultura e a sabedoria do povo que é passada de geração para geração.
Por fim, diante do entendimento de que a união e o bom convívio em sociedade ajudam a articular melhor os interesses de uma coletividade os alunos aproveitaram o momento da alimentação escolar como espaço de confraternização e espaço de trocas preparando até “incrementos” para servir de acompanhamento!

terça-feira

Para especialistas, Ideb na porta da escola é inconstitucional

(REPRODUÇAO DO SITE IG ÚLTIMO SEGUNDO)

           O Secretário de Educação de Goiás, Thiago Peixoto, inaugura placa na porta de uma escola

         O projeto que obriga as escolas a colocar na porta da unidade a nota que obtiveram no Índice da Educação Básica (Ideb) expõe os alunos a constrangimento e vexame vetados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e pela Constituição Federal. A conclusão é de especialistas na área ouvidos pelo iG.
           A proposta em estudo pelo Congresso Nacional já está valendo por decreto na cidade do Rio de Janeiro desde o início do mês e no Estado de Goiás há uma semana. A ideia, do economista Gustavo Ioschpe, é que a exposição do índice mobilize a comunidade em volta das instituições com nota baixa para que pressionem professores e governantes.

           Para isso, o Ideb – que é o resultado da nota obtida pelos alunos na Prova Brasil multiplicado pelo porcentual de estudantes aprovados – deve ser colocado em uma placa que iria do vermelho para o azul, deixando o mais claro possível se a escola foi bem ou mal na avaliação. Quando o Rio de Janeiro adotou a medida, estudantes ouvidos pela reportagem disseram concordar desde que a escola tivesse a nota boa e que sentiriam vergonha se estudassem em uma instituição má avaliada.

          Para a titular da cadeira de Direito da Criança e do Adolescente na Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, Glória Regina Lima, “não resta dúvida da inconstitucionalidade” da medida. “A Carta cidadã em seu artigo 227 estabelece, dentre outros, o dever do Estado de assegurar a educação à criança e ao adolescente e ainda determina salvaguardá-los de toda forma de discriminação”, explica ela.



O Estatuto da Criança e do Adolescente, criado em 1990 e amplamente elogiado pela Unesco é mais específico. O artigo 18 impõe como “dever de todos” impedir qualquer tratamento “vexatório ou constrangedor”. “O famigerado decreto municipal está na contramão dos imperativos legais que priorizam com a mais absoluta clareza a preponderância dos interesses dos menores sobre qualquer outro”, conclui a professora.



“ A intenção de mobilizar pelo constrangimento já está errada, o objetivo parece ser a exposição que fatalmente vai levar ao vexame e ao preconceito”

Para Glória, não é problema o uso da nota internamente entre professores, alunos e comunidade, mas a exposição para pessoas não envolvidas diretamente e a atribuição dela às crianças que, ao entrar e sair do local, estarão sendo expostas. “A ideia promove a discriminação pelo contágio moral, que alcança induvidosamente a criança e o adolescente e os profissionais que integram a escola, ferindo de morte um dos direitos fundamentais o da dignidade de pessoa humana”, acrescenta, referindo-se ao artigo 5º da Carta Magna.

O vice-presidente da Comissão Especial da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da OAB, Ariel de Castro Alves, acha que o próprio objetivo da lei desrespeita o ECA. “A intenção de mobilizar pelo constrangimento já está errada, o objetivo parece ser a exposição que fatalmente vai levar ao vexame e ao preconceito”, diz.


             Na opinião dele, as normas em vigor no Rio e em Goiás não têm validade por contrariar legislações maiores como o ECA e a própria constituição. “Na Câmara dos Deputados e no Senado a proposta deve ser avaliada por uma comissão de justiça que deve perceber a contradição”, analisa.


              O especialista em Direitos Humanos pela Universidade Complutense de Madrid e membro da Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, Carlos Nicodemos, acha que trata-se de “obrigar a sociedade a executar um processo discriminatório”. Para ele, o Ideb está disponível para interessados e não é necessário expor em local de passagem dos alunos. “Além de ferir o ECA, o Estado está delegando a comunidade um papel que é dele, de dar educação de qualidade para as crianças."
 Ele também critica a falta de alternativa aos estudantes. "Se eles se sentirem constrangidos, deveriam poder escolher onde estudar. Infelizmente não é esta a realidade ofertada."

Resposta dos governos

      Questionadas, as secretaria de Educação do município do Rio de Janeiro e do Estado de Goiás não responderam sobre a questão jurídica, mas defenderam a posição.


           A pasta do Rio enviou a seguinte nota: "A decisão de divulgar o Ideb e o IDE-Rio e as metas de melhoria do ensino a serem alcançadas pelas escolas, de acordo com orientação do Ministério de Educação, tem como objetivo informar a sociedade como está o desempenho educacional de cada escola e, assim, engajar a comunidade escolar no processo de melhoria da qualidade do ensino. A Secretaria informa, ainda, que a ideia foi inspirada, também, pela iniciativa da direção do Ciep Lindolfo Collor, em Rio das Pedras, Jacarepaguá, de afixar nas paredes da unidade as metas a serem alcançadas em 2010, conseguindo, assim, envolver toda a escola na melhoria do ensino. Como resultado, ressalta a SME, a escola conseguiu atingir a meta, garantindo aos professores e funcionários o Prêmio Anual de Desempenho."

           A Secretaria Estadual de Educação de Goiás informou que trata-se de uma medida que visa "despertar na sociedade, sobretudo nos pais e responsáveis pelos estudantes, o interesse pela educação pública e mostrar a necessidade de que todos, de uma forma ou de outra, se engajem para que educação de qualidade seja acessível a todos".

           A nota segue: "A Secretaria da Educação avalia que a nota do Ideb afixada na escola vai dar às famílias o direito de conhecer a qualidade do ensino que seu filho está recebendo. Também despertará nelas o interesse sobre o que representa aquela nota e o que fazer para que ela aumente. E então já teremos aí um dos fatores apontados por estudos nacionais e internacionais como um dos mais importantes no desenvolvimento escolar do estudante: o envolvimento de sua família, o acompanhamento de seus pais, o estímulo e a atenção daqueles que são os precursores daquilo que a escola deve oferecer mais adiante, uma boa formação.
              A Secretaria da Educação naturalmente não deixaria de lado a mobilização social como uma das ferramentas para apoiar o trabalho de elevar a qualidade da Educação no Estado. Com o acompanhamento de todos, inclusive dos professores, que certamente lutarão para que seu trabalho na escola atinja os melhores resultados, e com as ações que desde o começo deste ano estão sendo implementadas por este governo, muito em breve as placas com a nota do Ideb serão motivo de orgulho para todas as escolas estaduais e para toda a comunidade escolar."





domingo

Utilidade - Centro Internacional SARAH de Neurorreabilitação e Neurociências

O HOSPITAL SARAH RIO, especializado em neuroreabilitação, inaugurado no dia 01 de maio de 2009, na Barra da Tijuca, já está cadastrando para atendimento, novos pacientes adultos e crianças com as seguintes enfermidades:

· Paralisia cerebral
· Crianças com atraso do desenvolvimento motor
· Sequela de traumatismo craniano
· Sequela de AVC
· Sequelas de hipóxia cerebral
· Má - formação cerebral
· Sequela de traumatismo medular
· Doenças medulares não traumáticas como mielites e mielopatias
· Doenças neuromusculares como miopatias, neuropatias periféricas hereditárias e adquiridas, amiotrofia espinhal
· Doença de Parkinson e Parkinsonismo
· Ataxias
· Doença de Alzeihmer e demências em estágio inicial
· Esclerose múltipla
· Esclerose lateral amiotrófica em estágio inicial
· Mielomeningocele
· Espinha bífida
· Paralisia facial

O atendimento é totalmente gratuito.

O cadastro para atendimento de novos pacientes é feito exclusivamente pelos telefones: 21 3543-7600 21 3543-7600 e 21 3543-7601/2, das 08 às 17 horas, de segunda a sexta-feira.
www.sarah.br/
Endereço:
Embaixador Abelardo Bueno, nº 1.500
Barra da Tijuca
22775-040 - Rio de Janeiro - RJ

quarta-feira

Veja a força da nossa greve! Agora, você acredita? Nosso percentual é muito maior que o anunciado!

      Hoje pela manha os profissionais de Educaçao do estado do Rio de janeiro demonstraram, em primeiro lugar, que sao mais numerosos na greve do que o governador quer nos fazer acreditar; e em segundo lugar, que a brutal intransigência da SEEDUC nao retirou o ânimo da categoria.

      Mesmo depois das chamadas no noticiário sobre suposta pequena adesao a greve, os profissionais da educaçao da rede estadual nao se deixaram abater e mostraram a disposiçao para permanecer na luta por uma educaçao de qualidade no Rio de Janeiro.



A categoria nao reconhece como válidas as propostas de reajustes apresentadas pelo governo e mantêm as reivindicaçoes iniciais: 26% emergênciais mais incorporaçao imediata de todas as parcelas do NOVA ESCOLA, entre outras antes citadas neste blog. Ou seja, 3,5% nao nos serve!


A sociedade pode constatar pelas imagens quão forte está o movimento! Por isso, os profissionais da rede estadual de educação, hoje (03/08/11),  decidiram em assembléia na Fundição Progresso pela continuidade da greve, depois se concentram em frente à assembleia Legislativa do Rio e fizeram uma passeata pela Avenida Chile.
 Foi um acontecimento! Bonito ver a resistência da categoria que estava com roupas pretas e  com faixas e bandeiras simbolizamos a morte da educação no estado. Uma grande faixa foi estendida na escadaria da Alerj, onde estava escrito SOS Educação.  Como a categoria considerou insatisfatórias as propostas do governador Cabral enviadas à Alerj, decidiu manter o acampamento em frente à Seeduc. Teremos nova assembléia na próxima terça-feira, dia 9, às 14h, nas escadarias da Alerj.